A improvável jornada de Harold Fry

Oi Gente! Primeiramente quero dar a maravilhosa notícia que agora temos um canal no youtube também , se increvam, deem as suas opiniões, sejam bem vindos! Vejo vocês por lá… Bjs…

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Vamos a História!

Este livro conta a história de Harold Fry, um senhor de mais ou menos 65 anos de idade,casado com a Maureen,com quem ele não se dá muito bem, leva uma vida pacata, sedentária, numa cidadezinha da Inglaterra, aposentado é uma dessas pessoas que param de trabalhar e ficam em casa esperando a morte chegar. Um belo dia, ele recebe uma carta de uma antiga amiga, Queenie Hennessy, com quem ele havia trabalhado há muito tempo atrás e de quem ele já tinha sido bem próximo, na carta ela diz que está com câncer terminal e que vive numa casa de repouso. Então esta carta, deixa Harold muito abalado e ele decide escrever uma carta em resposta, no entanto quando ele sai para colocar a carta na caixa do correio, ele passa por várias caixas e não consegue postar a carta, ele simplesmente está caminhando tão pensativo, tão imerso em seus próprios pensamentos, que ele não consegue parar. Quando finalmente fica faminto e decide parar para comer alguma coisa num posto, encontra uma funcionária muito simpática com quem ele começa a conversar e conta parte da sua história e também sobre a carta e ela o encoraja a entregar a carta pessoalmente, dizendo que a tia dela também teve câncer, mas se a gente fé, a gente pode fazer qualquer coisa. Embora ele não fosse uma pessoa religiosa, aquelas palavras ficam na cabeça dele e ele passa a acreditar eu enquanto ele estiver caminhando sua amiga se manterá viva esperando por ele. Ele até escreve um cartão postal onde diz “Estou a caminho. Você só precisa esperar. Porque eu vou salvá-la, entendeu? Eu vou continuar caminhando e você precisa continuar viva.” É uma atitude bonita, comove muita gente pelo caminho, mas o leitor fica meio sem entender porque uma pessoa na situação dele, idoso, sem nenhum preparo físico, sem roupas e calçados adequados, celular, sem nada, ele saiu de casa apenas com a roupa do corpo e carteira no bolso, se disporia a andar mais de 800km do sul ao norte da Inglaterra por uma pessoa que ele se quer vê há décadas. Mas a medida que a história se desenrola e autora vai descrevendo toda a caminhada do Harold, nós vamos compreendendo que apesar de ele “achar que vai salvar a amiga”, existe um motivo muito maior por trás de tudo isso, não só em relação a Queenie mas em relação a sua própria vida, pois ele faz uma viagem de autoconhecimento, durante todo o trajeto ele revisita vários momentos da vida dele, desde a infância, a relação com os pais, a relação com a esposa Maureen, com o filho David com quem ele tem uma relação super conturbada e ver essa transformação que ele vive acontecer,é muito bonito. Na realidade ele queria dar sentido à vida dele, ter a sensação de que pelo menos uma vez na vida fez algo grandioso, algo de que ele pudesse se orgulhar… E essa idéia de sentir vontade de fazer alguma coisa, por mais louca que seja essa coisa, e ter a coragem de ir lá e fazer, simplesmente fazer sem se importar com nada nem ninguém, eu acho fantástico. Quando ele termina a caminhada, ele é uma outra pessoa, com outra visão de mundo. A história tem um final bem surpreendente também, é um livro que fala sobre as relações humanas, sobre a vida, sobre a velhice. Então você vai ter um misto de sensações, em alguns momentos você irá se emocionar, outros são bem angustiantes e outros ainda, acho que pela exagerada descrição de tudo que ele vê pelo caminho tornam a leitura um tanto arrastada, mas ainda assim é uma boa história. Um outro ponto citado por muitas pessoas como um ponto negativo do livro, é que ele traz uma visão pessimista em relação ao câncer, porque na página 220 num diálogo entre a Maureen e a moça do posto é dito “quando o câncer pega a pessoa, não tem jeito”, mas se a gente levar em consideração que maioria dos livros e filmes que falam de câncer tem essa mesma visão pessimista, eu não sei se esse seria um problema específico deste livro. Mas eu concordo que é uma visão pessimista,   como se toda pessoa com câncer estivesse fadada à morte e não é verdade. O ano passado eu tive câncer de mama e não morri, estou aqui curada, saudável e não pretendo morrer tão cedo, rs.

Com todos os prós e os contras, acho que vale a leitura pela reflexão que trás sobre a vida.